A Indústria do Futebol e a Formação!

O Negócio do Futebol não está mal gerido em Portugal, antes pelo contrário, num País com a nossa dimensão, com a nossa economia, a Industria do Futebol é uma das actividades em franco desenvolvimento, contrariando a tendencia de outras actividades, infelizmente. Somos exportadores dos melhores jogadores de futebol, desnecessário é citar exemplos. O fenómeno Mourinho, gerou uma onda de exportação de Treinadores para todo o Mundo, para além do "Special One" e de Villas Boas, nos melhores mercados, outros exploram os mercados de África, Ásia e Médio Oriente, e com elevado sucesso. Temos o empresário Jorge Mendes, talvez o empresário no Mundo do Futebol com maior volume de negócios, o "Empresário Galáctico". Bom, depois atentem nestes numeros, de 1965 a 1995, em 30 anos, marcamos presença em 2 Campeonatos do Mundo (1966 e 1986), e 1 Campeonato da Europa (1984). Entretanto, de 1996 à data presente, portanto 15 anos, estivemos em 4 Campeontaos da Europa (1996,2000,2004,2008), em 3 Campeonatos Mundiais (2002,2006 e 2010), em muitas destas participações com classificações honrosas. E nestes ultimos 15 anos, fomos "só" 2 vezes Campeões do Mundo Sub20 (1989,1991), e Vice-Campeões, bem recentemente. Fizeram bem as contas, aos numeros que deixamos? Brilhante, perante a dimensão demográfica e geográfica deste pequeno País!


Bem, mas o que me preocupa perante este cenário actual? Fundamentalmente esta massiva invasão de futebolistas estrangeiros. Pois é... Maio de 2011, o Futebol Português contou orgulhosamente e com inteiro mérito, com os 2 finalistas da prova Rainha da UEFA, sabem quantos Portugueses pisaram o relvado/palco de Dublin? Contam-se pelos dedos, de uma só mão: Miguel Garcia, Hugo Viana, Sílvio, Varela e Rolando (este até nasceu em Cabo-Verde). É este o "lado negro" do Futebol Português, esta permanente invasão de Sul-Americanos ( e não há aqui qualquer tipo de tendencia chauvinista). O nosso Futebol mais parece um "Entreposto", onde os "Ramirez", os "Falcões", tiram entre nós o "passaporte", tendo como destino a I Liga da Europa do Futebol.


Isto para chegarmos ao Futebol de Formação. E perguntamos. Será que esta Industria do nosso Futebol, não estará a "matar" o Futebol de Formação? O futuro o dirá. Bom, mas que já que falámos em Formação, aí vai a minha "chapelada" para o desempenho da nossa Selecção Sub20, por quem ninguém à partida dava nada, tão interessante vermos/lermos os articulistas, ou "fazedores" de opinião, mudarem o seu discurso, na proporção inversa do acumular de vitórias, foi notável. Agora, isto vai entroncar na questão que colocamos no começo deste parágrafo, tenho sérias dificuldades em perceber, "miudos" de qualidade rejeitados nos seus Clubes de Formação? Vamos deixar 2/3 exemplos. O Sporting contratou cerca de 15 estrangeiros para esta época, entre esses, 2 Centrais estrangeiros (Ony quê?!), e tinha em casa o Capitão Nuno Reis?! E o que dizer do excelente box-to-box Danilo? Será que não discutia um lugar no meio-campo do Benfica? Benfica que contratou 2 defesas esquerdos (estrangeiros, claro!), e deixou fugir a custo 0 o buliçoso e raçudo Mário Rui para o Parma de Itália. Serão perdulários? Bem, neste momento de profunda crise, desejo sobretudo que prevaleça o slogan : "O QUE É NACIONAL É BOM"!

Caros amigos, no "melhor pano, cai a nódoa", ou então "dou a mão à palmatória". Mas pretendia rectificar a questão dos 5 dedos de uma mão, não me vão perdoar. Mas na Final de Dublin, Porto-Braga, para além dos 5 Portugueses que citei, jogaram tambem o Moutinho que é Algarvio, e o Custódio que é Minhoto de Guimarães, afinal foram 7, mas convenhamos, estes 7 só poderiam jogar Futebol de 7, e tinhamos de naturalizar 1 dos G Redes Brasileiros. No embate de Portugueses, o Braga ganhou 4-3 ao Porto.